15 de março de 2010

SEJA SEU MELHOR AMIGO.

A primeira amizade precisa ser consigo mesmo, mas muito raramente se encontra uma pessoa que seja amistosa consigo mesma.

Somos inimigos de nós mesmos, enquanto ficamos esperando, em vão, ser amigos de alguém mais.

Ensinaram-nos a condenar a nós mesmos. O amor-próprio foi considerado como um pecado. Não é.

Ele é a base de todos os outros amores, e é somente através dele que o amor altruísta é possível.

Como o amor-próprio foi condenado, todas as outras possibilidades de amor desapareceram.

Essa foi a estratégia muito ladina para destruir o amor.

É como se você dissesse a uma árvore: "Não se alimente da terra, isso é pecado.

Não se alimente da lua, da chuva, do sol e das estrelas; isso é egoísmo.

Seja altruísta, sirva outras árvores."

Parece lógico, e esse é o perigo.

Parece lógico: se você deseja servir os outros, sacrifique-se; servir significa sacrificar-se.

Mas, se uma árvore se sacrificar, ela morrerá e não será capaz de servir nenhuma outra árvore;

de maneira nenhuma será capaz de existir.

Ensinaram-lhe: "Não ame a si mesmo." Essa foi praticamente a mensagem universal das pretensas religiões organizadas.

Não de Jesus, mas certamente do cristianismo; não de Buda, mas do budismo –

de todas as religiões organizadas, este foi o ensinamento: condene a si mesmo, você é um pecador, você não tem valor.

E, por causa dessa condenação, a árvore do ser humano se retraiu, perdeu o brilho, não pode mais festejar.

As pessoas vão dando um jeito de se arrastar, não têm raízes na existência – estão desenraizadas.

Elas estão tentando prestar serviço aos outros e não podem, porque nem foram amistosas consigo mesmas.

Aqui vocês estão envolvidos comigo num experimento totalmente diferente.

Eu não tenho nenhuma condenação, não crio nenhuma culpa em você.

Eu não digo: "Isto é pecado".

Eu não digo que o amarei só quando você preencher certas condições.

Eu o amo como você é, porque essa é a maneira que uma pessoa pode ser amada.

Eu o aceito como você é, porque sei que esse é o único modo que você pode ser.

É assim que o todo desejou que você fosse. É como o todo destinou-o a ser.

Relaxe e aceite-se e alegre-se - e então vem a transformação.

Ela não vem através de esforços.

Ela vem pela aceitação de si mesmo com tal profundidade de amor e felicidade, que não há nenhuma condição, consciente, inconsciente, conhecida, desconhecida.

O amor é alquímico. Se você se amar, a sua parte feia desaparece, é absorvida, é transformada.

A energia é liberada daquela forma.

Todas as coisas chamadas de pecado simplesmente desaparecem.

Eu não digo que você tenha que mudá-las; você tem que amar o seu ser, e elas mudam.

A mudança é um sub-produto, uma consqüência.

Ame-se. Esse deveria ser o mandamento fundamental.

Ame-se. Tudo o mais se seguirá, mas este é o alicerce.

OSHO

NO CORAÇÃO DE TODAS AS RELIGIÕES

26 de janeiro de 2010

Agora : Onde o dentro mora

Você pode se acomodar no silêncio do Agora. Só tem um lugar para ficar, e esse lugar lhe é dado, naturalmente, de presente. Ele é absolutamente o lugar mais relaxante de você Ser. Seja Agora! E veja o que você colhe desse "Ser Agora". Se você se aquieta, você nota que aqui e agora não tem mente. E mesmo que ela apareça, como você não está a alimentando, ela desaparece. É como se a energia que estava focada antes em algum lugar, é desfocada. O seu corpo-mente tem sempre um impulso, porque a natureza do corpo-mente é movimento. Parada, a mente não existe. Ela sabe que parada, some. Então, ela se alimenta, ela tem sempre que fazer alguma coisa. É o movimento da mente e do corpo que faz a manutenção da idéia que você tem de quem você seja. Se você começa a se aquietar, essa idéia não é mais retroalimentada. Essa idéia começa a sumir e começa a aparecer algo novo: você começa a se tornar consciente de que você não é o que você pensa que é. Você permanece sendo quem você pensa que é, simplesmente, relembrando o passado. Sua memória tem um poder e se você nota isso, você pára de contar sua história e começa a ficar no Silêncio. Então, a história do Silêncio - que não é uma história - começa a ser contada para você. Agora você olha para o Agora. E, nisso, nasce um "novo você". A ênfase em olhar para dentro tem que ser absoluta. Se você olhar para o lado externo, o que você vê? Limitação, em todos os lugares. Se você olhar para fora, tudo o que você vê é limite, inexoravelmente. Se você vê isso, você tem que antever que esse corpo e essa mente têm limites, porque eles foram criados por pessoas altamente limitadas pelo tempo, pela cultura imposta. Claro que você pode trabalhar isso, mas, mesmo assim, não há ilimitado na mente e no corpo. A partir daí nasce uma outra possibilidade: como não olhar para o outro com compaixão, se você tem limites também? Nasce uma relação diferente. Você não mais exige do outro algo que ele não tenha condições de lhe dar. Você não está aqui para preencher o outro, porque o seu preenchimento não vem de fora para dentro, e sim: de dentro para fora. A ênfase é: vá para dentro! E na medida em que você vai para dentro, você vê que as pessoas estão nesse atropelo, nessa ansiedade, nessa angústia, nesse medo, porque tudo que elas têm está do lado de fora. Você tem que começar a ver isso no seu dia-a-dia. Comece agora! Este é um bom momento. Neste instante: quem é você? Para onde você olha para responder esta pergunta? Olhe para dentro! Comece a entender o que "dentro" seja. E, de dentro, não pode surgir resposta nenhuma, a não ser Silêncio, relaxamento e paz. Toca nisso, se desmancha nisso... Já está aqui e agora! Meditação, então, não é uma técnica ou algo a ser feito, é algo inerente, que está dentro de você. Basta olhar para dentro.

Satyapren